terça-feira, 18 de novembro de 2008

OFF LINE

Estive repousando minha mente. É bom um pouco de serenidade e maturidade neste período de resenhas e projetos de pesquisas a serem concluídos no prazo estabelecido pela faculdade. As provas logo chegarão.

Fico lembrando nos momentos vagos em manter uma atitude positiva e extrair, das experiências não muito boas, o suco para adoçar minha vida.

É um fato consumado estar me formando em Inglês; inesperado também. Então, empenhar-me é minha obrigação se eu quiser prosseguir. Penso sempre desta forma todas as vezes que interrompo a leitura de algum texto em inglês para verificar o significado de alguma palavra que foge daquele contexto.

Substantivos que se tornam adjetivos e vice-versa; verbos no plural e substantivos no singular e vice-versa; palavras que variam na semântica; pronúncia. Dicionário é outra história...

Por eu não ter encontrado graves falhas em seu aprendizado, a Língua Portuguesa continua sendo meu auxílio e espero um dia chegar e dizer que aprender Língua Inglesa é muito melhor. Por enquanto mantenho os olhos bem abertos e ouvidos aguçados.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Tropeções da Inteligência

Há a história dos dois ursos que caíram numa armadilha e foram levados para um circo. Um deles, com certeza era mais inteligente que o outro, aprendeu logo a se equilibrar na bola e a andar no monociclo. Seu retrato começou a aparecer em cartazes e todo o mundo batia palmas: "Como é inteligente". O outro, burro, ficava amuado num canto e, por mais que o treinador fizesse promessas e ameaças, não dava sinais de entender. Chamaram o psicólogo do circo e o diagnóstico veio rápido: "É inútil insistir. O QI é muito baixo..."
Ficou abandonado num canto, sem retratos e sem aplausos, urso burro, sem serventia...O tempo passou. Veio a crise econômica e o circo foi a falência. Concluíram que a coisa mais caridosa que poderia fazer aos animais era devolvê-los às florestas de onde haviam sido retirados. E assim, os dois ursos fizeram a longa viagem de volta.
Estranho que em meio a viagem o urso tido por burro parece ter acordado da letargia, como se ele estivesse reconhecendo lugares velhos, odores familiares, enquanto que seu amigo de QI alto brincava tristemente com a bola, último presente. Finalmente, chegaram e foram soltos.
O urso burro sorriu, com aquele sorriso que os ursos entendem, deu um urro de prazer e abraçou aquele mundo lindo de que nunca esquecera. O urso inteligente subiu na sua bola e começou o número que sabia tão bem. Era só o que sabia fazer. Foi então que ele entendeu, em meio às memórias de gritos e crianças, cheio de pipoca, música de banda, salto de trapezistas e peixes mortos servidos na boca, que há uma inteligência que é boa para o circo. O problema é que ela não presta para viver. Para exibir sua inteligência ele tivera que esquecer de muitas coisas. E este esquecimento seria sua morte.
E podemo-nos perguntar se o desenvolvimento da inteligência não se dá, sempre, às custas de coisas que devem ser esquecidas, abandonadas, deixadas atrás...

( Rubem Alves, em Estórias de quem gosta de ensinar, 1993)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Igualdade

Outro dia cheguei do Centro Comercial e preparei uma bacia d'água e uma cumbuca. Sentei-me na tampa do poço e comecei a lavar meus pés que estavam cheios de poeira da caminhada.

Como será a vinda de Jesus Cristo? Vão recebê-lo em um tapete vermelho com certeza! Ou será que Ele andará por entre o povo antes de Seu discurso solene? Sua família não será escondida! E os discípulos daquela era, serão tratados com esmolas e migalhas? Sabemos que serão reconhecidos e todos se curvarão diante Dele independente de aceitar ou não Seu Reino. E as riquezas da Terra serão multiplicadas ou divididas?

Enquanto enxugava meus pés fui iluminada por um pensamento positivo. Bem, o discurso de Jesus era básico na maioria das ocasiões, exortava o povo a curar-se espiritualmente para que o físico abundante fosse o resultado de tal mudança. Ele tinha poder e demonstrou saber manipulá-lo para o bem da humanidade.

Terminado o ritual, eu fui até meu quarto preparar-me para um banho de ducha e já cética indaguei-me: Com os valores do mundo atual enraizados na maioria das culturas, estaríamos nós preparados para sermos iguais e sociais?