Caipirinha
Tantos desencontros, brigas,
Bruscas paradas
Olhos fatigados de enxergar solidão
Sou assim mesmo, calada.
Pesadelo paralelo que passa a cada hora
É a vida sossegada que nos leva a deitar no chão.
Essa coluna desequilibrada é o fardo pesado do passado
Que calói cada costela da espinha.
Fico tranqüila.
Tomo sempre cuidado com os tombos
Da precavida vida suburbana
Que me deram de herança desde menina
Caipirinha...
Me olho com os olhos desejosos de emoção
Exponho meu coração, namoro, namoro.
Me beijo no espelho em vão.
Um exemplo de retidão.
Meu beijo é como o 1º
Que dei aos quatro anos de infância
Assim: Conta aqui na minha mão.
Este beijo é do primeiro que vier
-Qué namorá comigo muié?
Vou, volto com minha pasta de redações
Olho as impressões deixadas nas paredes
Anoto as placas dos aviões
Guardo tudo na memória,
-Mais um dia no escuro, sem chão.
Quero acreditar que ele existe
Bem caipira, um anjo, filósofo doutor.
Sou assim mesmo, calada desde menina.
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