sexta-feira, 2 de novembro de 2007

De Salvador

Corri para entrar no navio
Meu destino era Salvador.
Entusiasmado estava com óculos escuros,
Bermuda de linho fino, blusa florida, tênis...
Meia de algodão até os joelhos? Maneiro!
Fez lembrar o livro que li.
“Aquelas negrrinhas do sambórdromo.
Humm horrorr!"
Nelson Mandela não. Martin King.
Mas este é dos Estados Unidos do Norte
Não temos um do Estado Democrático do Sul.
Então eu vou inventar um.
Cristo Redentor!
O cara com seus braços abertos
Foi parar lá no Rio de Janeiro. Maneiro!
-Mas você disse Salvador!
Mas o sambódromo é aqui mesmo no Rio,
minha linda,
Perto da Praia Vermelha,
Pão de Açúcar, Arpoador.
-Não é aí o foco das epidemias,
Não fica aí a favela da Rocinha?
E você disse Salvador!
Estes índios coloridos conversam com Cristo
Uma imagem enorme do Salvador.
-Nunca vi estátua falar.
Você conhece Gabriel, o Pensador?
O povo aqui adora música.
Estuda cantando, trabalha dançando
Principalmente as diaristas.
-O que mesmo foi estudar?
O comportamento do homem
Durante os acidentes da vida
Como o divórcio ou uma bala perdida.
Os Rio-grandenses sofrem muito, sabia?
Outro dia entrevistei uma pacista.
Pois é, vou adotar seu último filho.

Um comentário:

Cláudia Werneck disse...

Gostaria de agradecer ao meu professor de Interpretação de Textos, Marcos Pasche da UFRJ.
Beijos, meu lindo.